Rendez-vouz

Sentou-se à mesa,
a menina Lia.
Cruzou as pernas daquele corpo esguio.

Cruzou o restaurante,
o moço Milton
- havia reconhecido a languidez e o sorriso.

"Oi", disse ele, ensaiado.
"Jante comigo", disse Lia, agradável.
E deu-se o acontecido!

Ele

Destroçou os meus 'pensares' sem dor
Fez sangrar o coração e não o bebeu.
Pois que, como eu,
Não sabe amar...

Tempo de Fim

Foram-se os beijos
Como foram-se os desejos
Cheios de anseios,
Planos e bocejos.

Perderam sua essência, as rosas,
Perderam o perfume, coitadas,
Perderam-se.
Sem nunca serem achadas.

Foram-se os sentimentos,
Foram-se as rosas.
Foram-se também os ventos...
E nada mais pode voltar.

Sonho de Verdade

Ando a procurar meias verdades
procuro para torná-las puras,
dar-lhes essência.

Ando a contar-me essas meias-verdades
- como se fossem verdades puras -
no puro intuito de não encontrar a verdade pura
que diz que as meias-verdades,
na verdade,
não passam de boas mentiras.


poeminha antigo, pra atualizar isso aqui!